A ABB Formula E terminou sua temporada seis na semana passada com uma série de corridas com portões fechados em Berlim, na Alemanha. E como manda a tradição, todo fim de campeonato, os dirigentes projetam o calendário do ano seguinte, que tem seu início confirmado para 16 de janeiro, em Santiago, no Chile. O Brasil segue na pauta e ‘namora’ a categoria dos carros elétricos desde seu início, que teve os espanhóis Alberto Longo e Alejandro Agag, além do piloto paulista Lucas Di Grassi como fundadores.
Especulado no Rio de Janeiro (RJ) para 2021, o anúncio de um ePrix brasileiro foi adiado, principalmente em função da crise sanitária da COVID-19, que já resultou em mais de 108 mil vítimas até a noite desta segunda-feira (17). Com apoio da família Piquet, em especial de Nelsinho Piquet – o primeiro campeão da F-E, representantes da categoria se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro para fazer a prova na Cidade Maravilhosa.
”Ainda tem vontade do governo de levar essa categoria para o Brasil’, disse Nelsinho Piquet. ”Esse ano estávamos em várias conversas, mas está complicado. O dólar em alta e a pandemia tornaram a situação muito complicada. A Formula E também nem sabe como será o início do próximo campeonato. A gente não sabe quando essa pandemia vai durar, se vai ter vacina ou não”.
Nelsinho Piquet explica que será muito difícil fazer eventos da Formula E nesse momento sem uma vacina. A categoria tem como base correr em centros urbanos para levantar a bandeira da sustentabilidade e dos carros elétricos. A ideia de fazer a prova no Rio de Janeiro (RJ) pode ser interessante, já que o espaço estipulado por Piquet e sua empresa na Barra da Tijuca é amplo, bem parecido com o aeroporto desativado de Tempelhof, na Alemanha, onde ocorreram as seis provas finais da competição. ”O espaço que temos funcionaria muito bem, pois é isolado, parecido com esse [Tempelhof]. A todo mês que passa parece que vai durar mais tempo que a gente acha”, completou o brasileiro.
Por enquanto, o mais perto que o Brasil chegou de realizar uma prova da Formula E foi em 2018, quando a categoria confirmou uma prova em São Paulo (SP), mas foi obrigada a cancelar o acordo. Com isso, Punta de Este, no Uruguai, foi obrigada a se mexer às pressas para realizar uma etapa da F-E. Em entrevistas recentes, o co-fundador Alberto Longo chegou a dizer que a Formula E estaria no País ”ou sim ou sim”.
De olho no Chile
Com o planejamento afetado pela pandemia de COVID-19, os organizadores da categoria dos carros elétricos não cravam todas as datas da temporada sete, que deve começar em 16 de janeiro de 2021, Parque O’Higgins, situado no coração da capital chilena. Nome forte da categoria, Alberto Longo garante que a F-E já está trabalhando com as autoridades do país sul-americano para o evento do ano que vem. Em 2021, a competição ganha a chancela de Campeonato Mundial dos Carros Elétricos da FIA, que é a entidade máxima do automobilismo mundial.
”Ainda estamos vendo com as autoridades que tipo de evento poderá ser realizado. Mas estamos muito entusiasmados. Recebemos todo o apoio do Prefeito Alessandri e da Ministra do Esporte. Tenho certeza que será um grande sucesso como o que estamos fazendo há três anos, no lugar que consideramos nossa segunda casa”, disse Alberto Longo, cofundador e vice-presidente da ABB FIA Fórmula E.
”Acredito que o fato de termos vindo ao país mais complicado em termos de restrições e protocolos da Covid foi como um teste. Agora sabemos o quão profissional é a equipe e o quão bem tudo foi feito para que aconteçam sem problemas essas seis corridas”.
Seria a quarta prova consecutiva realizada no Chile na ABB Formula E. A categoria já passou por Buenos Aires, na Argentina, e na já citada Punta de Este, no Uruguai.
“Vamos levar para o Chile todo o aprendizado que tivemos nesses nove dias de prova em Berlim. Vamos pôr em prática esse aprendizado para que as pessoas venham à corrida de uma forma saudável e privilegiando a saúde de todos”.