A pandemia de Covid-19 forçou as equipes a reduzir o número de profissionais presentes nas corridas e por isso o trabalho remoto das sedes foi crucial.
A ABB FIA Fórmula E fez um grande esforço para realizar as seis provas decisivas da sexta temporada em nove dias durante o mês de agosto deste ano no antigo Aeroporto de Tempelhof.
Reduzir o número de pessoas trabalhando presencialmente no circuito foi uma das chaves do sucesso deste plano, e as equipes se limitaram a ter apenas 19 pessoas, mais seus dois pilotos, o que as obrigou a inovar nos processos de trabalho para ter um suporte extra.
Foi assim que muitas das equipes priorizaram ter mais mecânicos presentes e reduzir o número de engenheiros, que em muitos casos ficaram nas fábricas para contribuir com seus conhecimentos a partir daí com uma troca de informações.
“Tivemos que pensar e planejar muitas coisas. Temos o controle de missão na fábrica, então temos um link ao vivo funcionando lá”, explicou Allan McNish, chefe da equipe Audi Sport ABT Schaeffler.
No caso da fabricante alemã, a montadora também aproveitou seu espaço na fábrica para receber convidados durante o evento.
“Fizemos duas coisas lá: apoiamos a corrida e as operações, mas também teve uma sala VIP virtual com membros da diretoria, convidados e funcionários da Audi que estavam lá assistindo a corrida conosco. Também realizamos nossas atividades de imprensa e marketing remotamente”, explicou McNish.
Por sua vez, Toni Cuquerella, um dos principais dirigentes da equipe Mahindra Racing, comentou: “Foi difícil e foi um grande desafio, mas acho que mostramos que é possível. Tem gente que diretamente não veio, como por exemplo a imprensa e marketing. Alguns engenheiros também ficaram em casa e agora criamos uma conexão mais forte entre a ajuda da fábrica e o trabalho in loco.”
“Antes já havia uma conexão, mas agora a passagem de informações ficou mais fluida, mais importante e cada vez a gente está aprendendo mais a trabalhar desta forma, com menos gente durante as provas, e mais gente na fábrica”.
O espanhol acrescentou que este tipo de experiência pode ser muito útil no futuro dada a possibilidade de voltar a ter um quadro reduzido em 2021.
“Talvez no ano que vem também vamos ter que reduzir as pessoas trabalhando na pista, então já foi um aquecimento”, concluiu.
A sétima temporada da Fórmula E está prevista para ter início em janeiro de 2021, em Santiago no Chile, e a categoria já poderá utilizar a chancela de Campeonato Mundial da FIA.