Levantadora está inscrita e escalada pelo Osasco São Cristóvão Saúde para a partida contra o São Caetano e entrará em quadra pela última vez como atleta profissional vestindo a camisa do time que mais defendeu na carreira
Carol Albuquerque joga vôlei desde os nove anos de idade. Começou na escolinha em Porto Alegre, sua cidade natal. Aos 16 chegou a São Paulo cheia de sonhos. Dois anos depois, disputava a primeira Superliga. Em 27 anos de carreira esportiva, a levantadora construiu uma história que inclui uma medalha de ouro olímpica e dois títulos nacionais. Neste sábado (27), a atleta de 43 anos encena o último ato dessa história vitoriosa.
O palco será o ginásio José Liberatti, onde viveu muitas emoções vestindo a camisa de Osasco, clube que defendeu por mais tempo na carreira. A convite do técnico Luizomar, ela está escalada para a partida entre Osasco São Cristóvão Saúde e São Caetano, às 19h, válida pela penúltima rodada do returno da Superliga 20/21. O Sportv 2 transmite a despedida de Carol.
“Estou muito feliz e ansiosa com essa oportunidade de fazer esse jogo despedida em Osasco, que é a minha segunda casa, o clube que mais defendi e com o qual mais me identifico. Não vejo a hora de chegar sábado, vestir a camisa e entrar em quadra. Estou ansiosa e sei que vou ficar nervosa na hora. Acho que vai ser uma emoção parecida com uma estreia em um time, quase como se eu fosse uma novata. Pena mesmo é não ter a torcida na arquibancada. Eles são o coração dessa equipe e seria demais receber essa energia uma última vez. Mas é importante manter o distanciamento nesses tempos de Covid e sei que eles estarão vibrando de suas casas”, afirma Carol, que treina com o time nesta quinta-feira (25) e sexta (26).
O última partida oficial de Carol Albuquerque foi em março, pelo Paok, da Grécia. A aposentadoria foi confirmada em um post nas redes sociais, sem alarde, mas Osasco não deixou passar em branco. “Quando o pessoal do Sportv comentou sobre isso na transmissão de um jogo. Na mesma hora recebi uma ligação do Luizomar e do Beto (Ópice, gerente de marketing do clube), dizendo que história é essa? Você vai fazer um jogo despedida em Osasco. Topei na hora. Estou na maior expectativa”, comenta a levantadora, que vai reencontrar, além do treinador e sua comissão técnica, atletas que já atuaram ao seu lado na equipe osasquense por vários anos, como Camila Brait, Bia e Tandara.
“A Carol é uma jogadora muito identificado com Osasco e uma pessoa muito bacana. Tive o prazer e a honra de ser seu treinador durante muitas temporadas e sei o quanto ela gosta do nosso clube e da nossa cidade. Nós não poderíamos deixar esse momento de encerramento de sua carreira como atleta passar em branco e estamos muito felizes em poder proporcionar esse momento para ela”, comenta Luizomar. Além da participação na penúltima rodada do returno da Superliga 2002/21, a levantadora receberá homenagens em quadra.
A partida deste sábado pode ser considerada como a quinta passagem de Carol Albuquerque em Osasco. Sua história com o clube começou na temporada 2000/01 e durou dois anos. No retorno, a levantadora participou da conquista da Superliga em 2004/05, seu primeiro título nacional, e renovou para o ciclo 2005/06. A terceira passagem foi a mais longa, da temporada 2007/08 a 2010/11, com direito ao segundo título nacional, na Superliga 2009/10. A última passagem foi entre 2016/17 e 20017/18, quando seguiu para jogar no exterior.
Além de duas Superligas, Carol conquistou uma Copa Brasil, dois Sul-Americanos e cinco títulos do Campeonato Paulista. Entre os principais momentos de suas passagens pela equipe osasquense, está o fato de, como capitã, ter levantado a taça de campeã da Superliga 2009/10, quando o Sollys/Nestlé derrotou o Rexona-Ades, no ginásio do Ibirapuera, por 3 sets a 2. Ainda em 2010, ela foi eleita a melhor levantadora do Sul-Americano de Clubes (campeã) e do Mundial de Clubes (vice-campeã).