Levantadora campeã olímpica foi homenageada pelo Osasco São Cristóvão Saúde e ainda marcou o último ponto da partida, que garantiu mais três pontos e a segunda colocação antecipada na fase de classificação
A noite deste sábado (27) foi especial para Osasco por três motivos. Primeiro: com a vitória sobre o São Caetano por 3 sets a 0, parciais de 25/14, 25/7 e 25/13, em 1h05min, o Osasco São Cristóvão Saúde garantiu a vice-liderança da fase de classificação da Superliga por antecipação. Segundo: o técnico Luizomar retornou ao comando do time em quadra, após se recuperar da Covid-19. Terceiro: a partida marcou a despedida oficial da campeã olímpica Carol Albuquerque do vôlei, sendo homenageada pelo clube osasquense antes do início da partida, com direito a placa e quadro com a camisa do time autografada pelas atletas e comissão técnica.
Se tivesse sido combinado, o roteiro da despedida de Carol não teria sido melhor. A levantadora entrou no final do segundo e terceiro sets e ainda fez o ponto final da partida, com uma bola de segunda. “Não consegui chegar no saque, faz fiz uma segundinha. Estou muito feliz e só tenho gratidão para expressar. Faltou a torcida, mas não podia mesmo em função da pandemia. Mas pode ter certeza, quando tudo isso passar, estarei na arquibancada do Liberatti, Osasco é minha casa, quero, de novo, agradecer pelo convite. A ficha ainda não caiu, estou emocionada, mas ainda não parece que parei de jogar. Acho que amanhã é que a coisa vai bater. Mas estou feliz demais. Amo todos vocês”, afirmou Carol, que foi homenageada pela torcida ao ganhar o troféu VivaVôlei e foi eleita a MVP da partida, em votação nas redes sociais do clube.
A partida foi válida pela penúltima rodada do returno da Superliga. Com a vitória sobre o lanterna São Caetano, Osasco chega a 50 pontos, contra 44 do Dentil Praia Clube, terceiro colocado. Ainda há seis pontos em jogo no duelo entre as duas equipes (ambas com um jogo atrasado em função de casos de Covid) e mesmo que as osasquenses não somem nenhum ponto diante do Sesi Bauru, na próxima terça-feira (2) e Pinheiros, na sexta (5), permanece na segunda colocação pelo critério de desempate, que é o número de vitórias. Com isso, terá a vantagem de fazer duas partidas em casa no playoff.
Aos 43 anos de idade, Carol Albuquerque fez sua última partida oficial após 27 anos de uma vitoriosa carreira esportiva, que inclui uma medalha de ouro olímpica e dois títulos de Superliga, ambos conquistados em Osasco. Antes da despedida, a levantadora viveu dias agitados desde quinta-feira (25). Além dos treinos com a equipe para se entrosar e poder entrar em quadra, a levantadora interagiu com os torcedores por meio de salas de bate-papo e lives. O membros do programa sócio-torcedor “Juntos por Osasco” (https://juntosporosasco.com.br) tiveram a oportunidade de uma interação exclusiva com Carol.
História vencedora – Osasco é o clube que Carol mais defendeu na carreira. Sua história com o time começou na temporada 2000/01 e durou dois anos. No retorno, a levantadora participou da conquista da Superliga em 2004/05, seu primeiro título nacional, e renovou para o ciclo 2005/06. A terceira passagem foi a mais longa, da temporada 2007/08 a 2010/11, com direito ao segundo título nacional, na Superliga 2009/10. A última passagem foi entre 2016/17 e 20017/18, quando seguiu para jogar no exterior. Sua última partida oficial foi em março do ano passado, pelo Paok, da Grécia. A aposentadoria havia sido confirmada em um post nas redes sociais, sem alarde, mas Osasco não deixou passar em branco.
Além de duas Superligas, Carol conquistou uma Copa Brasil, dois Sul-Americanos e cinco títulos do Campeonato Paulista. Entre os principais momentos de suas passagens pela equipe osasquense, está o fato de, como capitã, ter levantado a taça de campeã da Superliga 2009/10, quando o Sollys/Nestlé derrotou o Rexona-Ades, no ginásio do Ibirapuera, por 3 sets a 2. Ainda em 2010, ela foi eleita a melhor levantadora do Sul-Americano de Clubes (campeã) e do Mundial de Clubes (vice-campeã).
O jogo – Com quatro pontos de bloqueio e 14 de ataque, sendo Tandara a mais eficiente com seis acertos, Osasco dominou o primeiro set. A diferença de 11 pontos no placar (25/14), comprova. A equipe do técnico Luizomar começou a abrir quando Camila Paracatu fez 10/4 na china. Mayany, pelo meio, marcou no 17/9. Na pipe, Tandara cravou a bola na quadra do São Caetano no 19/11. Na reta final, Naiane e Sonaly entraram na inversão e foi da levantadora, em uma bola de segunda, o ponto final.
Tandara subiu no bloqueio para fazer 10/4 no início do segundo set. Gabi Cândido bateu forte na diagonal para fazer 15/5, aproveitando bom levantamento de manchete de Camila Brait. Tainara, na bola de xeque, garantiu o 19/7 no placar. Carol Albuquerque entrou em quadra na sequência. E a levantadora mostrou que talento não se esquece ao armar a jogada para Gabi Cândido fechar a segunda parcial com o placar de 25/7.
Carol entrou no terceiro set quanto o placar estava 20/11, após uma pancada de Tandara, na pipe. A campeã olímpica entrou no lugar de Roberta, que havia conduzido Osasco a uma vitória tranquila, distribuindo bem as opções ofensivas, tanto pelo meio como nas pontas. E foi de Carol, em uma bola de segunda, o último ponto da partida, e também de sua carreira, para dar números finais ao jogo contra o São Caetano por 25/13 no terceiro set e 3 sets a 0 na partida.
Jogaram e marcaram para o Osasco São Cristóvão Saúde: Roberta (3), Tandara (16), Tainara (6), Gabi Cândido (11), Mayany (6), Camila Paracatu (9) e a líbero Camila Brait. Técnico: Luizomar. Entraram: Carol Albuquerque (1), Naiane (2), Sonaly.
Jogaram e marcaram para o São Caetano: Maynara (1), Lia (5), Bruna (3), Mariana Blum (5), Stephanie (2), Bia (3) e a líbero Laís. Técnico: Fernando Gomes. Letícia (2), Giulia (2), Ana Carolia, Isabella.