Almir Cunha dos Santos, conhecido por todos no atletismo como Almir Júnior (Sogipa), está ansioso para voltar às competições. Afinal, qualificado no salto triplo para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2021, o atleta mato-grossense de 27 anos sonha com a conquista de uma medalha no maior evento mundial esportivo, que será disputado de 23 de julho a 8 de agosto, no Japão.
Ganhador da medalha de prata no Campeonato Mundial Indoor de Birmingham, na Grã-Bretanha, no dia 3 de março de 2018, Almir entrou para o seleto grupo de destaques do atletismo brasileiro. A falta de competições tem servido, porém, de incentivo para crescer e evoluir. O primeiro objetivo é superar o recorde pessoal, que é de 17,53 m (0.3), obtido em 12 de maio de 2018, em Guadalupe, uma possessão francesa no Caribe.
“Quero mudar logo essa marca como recorde pessoal. Estou focado para os Jogos de Tóquio e quero brigar por um bom resultado”, disse o atleta, nascido em Matupá, mas criado em Peixoto Azevedo (MT), onde começou no atletismo. “Desde 2019, não faço uma temporada consistente. No ano passado, saltei apenas uma vez, na Sogipa, é muito pouco”, continuou o atleta, que até 2017 fazia salto em altura.
Na única competição de 2020, Almir obteve a marca de 16,65 m (1.1), em 13 de novembro, garantindo a liderança dos Rankings Brasileiro e Sul-Americano do ano. Pouco depois, sentiu uma lesão num treinamento, em Porto Alegre, e ficou fora do Grande Prêmio Brasil Caixa e do Troféu Brasil de Atletismo, ambos disputados em dezembro, em São Paulo (SP).
“Optamos por não competir no GP e no Troféu, poderia até competir, fazer uma prova legal, mas não quis colocar em risco minha saúde. Queria me preparar com qualidade para a temporada de 2021. Começar mais cedo. Pegar ritmo. Corrigir errinhos durante as competições”, observou o atleta.
Almir participou do Camping Nacional de Treinamento de Provas Individuais, realizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), de 16 a 19 de fevereiro, em Bragança Paulista. “É sempre válida essa troca informação, ainda mais numa equipe tão alinhada.”
Quanto ao futuro imediato é torcer para poder competir no Brasil. “Agora, na verdade, ninguém tem certeza. A previsão é ter Campings. Quero ver se é possível fazer uma temporada na Europa. Aproveitar para disputar competições de alto nível antes da Olimpíada. Sair antes para treinar e competir e de repente não voltar mais para o Brasil. Não podemos dar ao luxo de não competir em provas importantes com o pessoal de alto nível antes da Olimpíada, quando abrir uma janela”, disse. “Prefiro ter competições grandes, alguns embates antes até para me sentir bem para os Jogos. Ninguém quer ir para a Olimpíada para brincar. O objetivo é muito claro, ninguém quer ir para curtir. Tudo mundo quer buscar um grande resultado.”
O técnico José Haroldo Loureiro Gomes, o Arataca, também torce para conseguir realizar o seu planejamento. “Tudo vai depender da situação da pandemia, mas sou um cara positivo. Os Jogos Olímpicos vão sair de uma forma ou de outra. A vacina será muito importante”, lembrou. “Vamos treinar e competir no exterior. O Almir está 100% recuperado clinicamente e até o final de abril deve estar em boa condição física para conseguir bons resultados.”
Otimista, o treinador da Sogipa planeja um calendário forte de competições. “É necessário para melhorar a marca pessoal. Isso vai dar confiança, consistência e permitir ser mais competitivo. Almir sempre começou forte. Só entra na festa para ir bem. É como no futebol, ele precisa agora ganhar ritmo. Começar a competir a partir de abril, recuperar um pouco de tempo que perdeu por causa da lesão. Tem de ter maturidade para dar rapidamente a volta por cima.”