Contagem regressiva de uma semana para a estreia de Jorge Zarif nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020! O velejador paulista representará o Brasil pela terceira edição consecutiva na classe Finn, sendo que na Rio 2016 terminou na quarta colocação. As regatas da classe começam na próxima terça-feira (27) na raia de Enoshima.
Serão 19 competidores na classe Finn e o calendário prevê 10 regatas até 1º de agosto, com duas datas de descanso nesse período. A regata da medalha, que tem pontuação dobrada e não tem descarte do pior resultado, será no dia 3 de agosto.
O atleta está desde 12 de julho em Enoshima com a equipe brasileira. Os treinos e adaptação à cidade da vela nos Jogos são feitos ao lado do campeão mundial e pan-americano Alexandre Paradeda, seu treinador.
”O calor aqui em Enoshima é muito forte, mas estou me aclimatando bem para a estreia em uma semana. Agora é uma fase de escolha das velas e adaptação à raia. Já velejei aqui e posso dizer que os ventos são difíceis de prever. Na primeira semana, por exemplo, ventou muito pouco. No começo é muito trabalho e muito ajuste. É isso que está acontecendo”, disse Jorge Zarif.
Campeão mundial em 2013, Jorge Zarif é um dos maiores nomes da história da classe Finn no País, que já teve velejadores como Jörg Bruder (Tóquio 64, e México 68 de Finn e Munique 72 na Star) e Guga Zarif (Los Angeles 84 e Seoul 88), pai de Jorginho, defendendo a cores do Brasil nos Jogos Olímpicos.
”O Finn é muito equilibrado. Podemos dizer que são pelo menos dez velejadores muito fortes nessa lista para brigar por três lugares no pódio. Se a gente olhar os resultados dos últimos anos vai ver muitos nomes. A classe é muito forte e tem muita gente que ficou de fora com medalhas em Olimpíadas, Mundiais e Europeus”.
Treinos e mais treinos
Trabalhando desde o ano passado ao lado de Alexandre Paradeda, experiente velejador com participações olímpicas e títulos de expressão, Jorge Zarif dividiu treinos em Ilhabela (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
A dificuldade de eventos em função da pandemia e a logística do uso do equipamento não desanimaram atleta e treinador em busca do resultado olímpico. Nos treinos no Japão, o foco é melhorar a adaptação ao Finn e deixar o velejador rápido, como é sua característica.
”Já passei por isso que o Jorginho Zarif e sei como ele está se sentindo. Mas ele é bem tranquilo, fácil de trabalhar. Estamos focados no objetivo e vamos nessa direção. A nossa convivência é boa”, contou Alexandre Paradeda.
”Fizemos muitos treinos no Brasil. O material foi muito cedo para o Japão e ele não correu com o que tem de melhor. Mas ele se adapta bem e está pronto para a estreia”.
O principal material usado na Finn foi ao Japão foi enviado em março pela PGL Brasil. Antes de chegar a Tóquio, Jorginho Zarif fez uma série de treinos e competições em Portugal e na Espanha.
A Finn também é chamada, na sua versão em inglês, de One Person Dinghy.
Sobre o atleta
O principal resultado de Jorge Zarif na Finn foi o título mundial de 2013, conquistado em Tallin, na Estônia. O velejador também ganhou a versão júnior da competição um mês antes. Após o feito, foi eleito pelo Comitê Olímpico Brasileiro como o Atleta do Ano.
Foi campeão da Copa do Mundo de Hyéres, bicampeão da Copa do Mundo de Miami e tetracampeão Sul-Americano. Jorge Zarif também foi campeão da Star Sailors League 2018 e campeão Mundial de 2018.
O objetivo do velejador é chegar pronto para Tóquio 2021, sua terceira olimpíada na carreira. Em Londres 2012, o velejador paulista terminou em 20º lugar e foi o mais jovem da delegação na modalidade. Já na Rio 2016, o atleta ficou em 4º. Em Pequim 2008, Jorginho foi como reserva com apenas 15 anos.
Jorge Zarif é patrocinado por Marinha do Brasil, PGL, Mitsubishi Motors Brasil e Zhik.