Prova foi disputada no Celeiro Restaurante, em Botucatu (SP). Vencedor da maior distância, 180 km, foi o atleta Diogo Malagon, atual campeão da Santander Brasil Ride Bahia na categoria Iron Rider
O Celeiro Restaurante, em Botucatu (SP), foi palco neste fim de semana da terceira edição da Santander Diverge Gravel Race Brasil Ride, a principal competição dedicada à modalidade gravel no País. Repetiu-se o clima que é marca da prova, com muita descontração, interação e diversão entre os participantes, além da boa presença de mulheres, outro ponto de destaque.
Na principal disputa, a dos 180 km, Diogo Malagon foi o campeão, conquistando assim mais um título no circuito da Santander Brasil Ride. Malagon cruzou a linha de chegada após pedalar 6h19min34. Elvis Pellizari (6h26min07) e Lucas Rizzi (6h57min45) completaram o top 3. Entre as mulheres, Helena Carvalho foi a única a se arriscar no desafio. Embora não tenha completado, foi premiada pela organização, fazendo valer o clima de descontração.
“Corrida foi legal demais. Esperava há bastante tempo pela oportunidade de competir uma corrida de gravel. Não tive dúvida em escolher os 180 km”, disse Malagon. “O percurso era bem legal. Achei que, psicologicamente, seria difícil abrir a terceira volta, por ser 60 km entre o km 120 e 180, mas foi ótimo”, completou.
“Na última volta começou a esquentar e assim o vento veio quente. Estive num revezamento com o segundo colocado e fomos com ritmo cadenciado. Sabíamos que se acelerasse no começo, pagaria o preço no fim. As subidas não eram tão inclinadas, mas eram longas. Agora, me preparo para viajar para Minas Gerais, onde disputo a estreia da Santander Brasil Ride Espinhaço. Mais cinco dias de diversão”, finalizou o campeão.
Disputas de 60 e 120 km – Na segunda principal distância, a dos 120 km, os mais velozes foram os ciclistas Vitor da Fonseca, que finalizou as duas voltas em 4h07min40, e Lais Saes, vencedora em 4h45min20. Já nos 60 km, Leandro Buffoni foi o homem mais rápido, cruzando a linha de chegada em 2h37min45, enquanto Valquíria Oliveira foi a primeira mulher a atravessar o pórtico, em 2h47min06.
“Nunca tinha corrido uma prova de gravel. Vim para a prova e achei excelente. Um speed rural, muito a ver com o que tenho de origem no ciclismo, que é o mountain bike, enquanto agora tenho o foco na estrada. Juntou as duas modalidades que eu gosto, então foi show de bola”, destacou Lais Saes. “Uma prova super organizada, com marcação impecável, não tinha como errar. O ponto de apoio era em um local estratégico, então foi perfeito. Queremos ver mais e mais mulheres pedalando, com a certeza de que nossa participação vai crescer. Quem gosta de mountain bike e de road, vai gostar da gravel”, concluiu Saes.
Modalidade que incentiva a volta ao esporte – Conquistando cada vez mais adeptos, a gravel é uma modalidade que mistura o mountain bike e o ciclismo de estrada. Assim, tem praticantes vindos de ambas as vertentes do ciclismo. Para o mineiro Jansen Torres, do Instagram Gravel Stories, a modalidade foi responsável por trazer de volta o prazer de pedalar, que vinha desde sua infância. Jansen chegou a praticar o mountain bike de forma competitiva, para nos últimos dez anos ter mais contato com as bicicletas de estrada. Após casar e ter filhos, praticamente parou de pedalar. Ao conhecer a gravel, voltou com mais entusiasmo ao esporte.
“Entre 2018 e 2019 ouvi as primeiras notícias do que era a bike gravel. Me interessei pelo estilo, por ser menos competitivo. Em 2020, experimentei a minha primeira gravel. Depois de pedalar as primeiras vezes, senti que estava alinhado com o que eu queria. O estilo informal e descontraído, sem tantos padrões como as demais modalidades do esporte. Tornou-se minha bike principal, depois a minha única bicicleta. Gosto da possibilidade de viajar com a bike, fazer o que chamamos de bike trip”, relembrou.
“A prova, foi incrível. A proposta planejada, foi realizada perfeitamente. Entre os atletas, desde iniciantes até os mais experientes, era nítido que todos haviam gostado”, comentou Jansen. “Foi marcada também por histórias de fair play e amizade entre os participantes. Na disputa geral dos 120 km, por exemplo, os três primeiros colocados vinham juntos na liderança e um deles teve o pneu furado. Ao invés de prosseguirem, os adversários o ajudaram e esperaram ele terminar o conserto, para seguirem a disputa. Esse é o clima da comunidade do gravel”, completou.
Clima e percurso perfeitos – “Foi um evento redondo, com um percurso maravilhoso e um clima perfeito. Os atletas concordaram que foi o ideal para quem pedala de gravel. Ciclistas de mountain bike, de estrada que já integraram a seleção. Foi muito legal ver todos curtindo essa nova modalidade”, comentou Mario Roma, fundador da Santander Brasil Ride. “Vale ressaltar que tivemos um grupo muito grande de mulheres. Elas estão realmente aderindo à prática da gravel”, completou.
“Muito bom ver a comunidade da modalidade cada vez mais organizada. Atletas de todo o Brasil, em um clima descontraído, no único evento exclusivo no País. A interação das pessoas é muito maior do que a competitividade. Extremamente satisfatório ver as pessoas reunidas, conversando, em um local apropriado. Inclusive, não tem sinal de celular, o que faz com que as pessoas conversem muito mais”, finaliza Roma.