A previsão de ventos fortes deste sábado (23) na Represa do Guarapiranga, em São Paulo (SP), se confirmou e as regatas do Campeonato Brasileiro de Finn 2022 se transformaram em um verdadeiro teste de resistência para os 25 competidores. As três provas registraram rajadas superiores a 35 nós com média entre 22 e 25 nós na direção Noroeste. As regatas barla-sota – entre boias – tiveram quatro pernas de 4 milhas náuticas cada.
A ‘porradaria’, expressão para ventos fortes usada pelos atletas da modalidade, fez com que mais da metade da flotilha de 25 barcos desistisse antes mesmo de completar todas as regatas. Alguns viraram e outros tiveram velas rasgadas.
Os resultados tiveram mudanças significativas após seis provas do Campeonato Brasileiro de Finn, com a desistência do até então líder do campeonato, Ricardo Santos (YCSA), quebras e a entrada do descarte do pior resultado. A ponta está com Pedro Trouche (CNC), que ficou em terceiro em todas as regatas do dia neste sábado (23).
A estratégia do atleta de Niterói (RJ) foi ser conservador para evitar estragos de material com ventos fortes. Em algumas regatas, Pedro Trouche evitou dar 100% e pulou na liderança da classificação geral.
”Foi um dia duro, mas consegui ter uma média boa para uma regata dessas. Minha vela estava para rasgar e consegui terminar as provas nessas condições, poupando material. Estou feliz por não ter virado na água”, contou Pedro Trouche, que é também um proeiros de Star mais requisitados do mercado.
O Brasileiro de Finn tem o paulista Maurício Bueno (YCP) na segunda colocação. O atleta venceu uma das regatas do dia e está atrás apenas dois pontos do líder Pedro Trouche (CNC).
Conhecedor da raia da Guarapiranga, Maurício Bueno confessa que as condições estavam bem complicadas ”Foram regatas de sobrevivência! A gente vai aprendendo a dar o menor número de bordos jibes possíveis, arribar no popa e não virar. Eu achava que ia diminuir o vento, mas só aumentou. Fazia tempo que não velejava uma regata assim”.
”Foi bem cansativo, mas o Finn aguenta o vento, a gente é que não aguenta o barco. Foi legal, bem competitivo e no final todos sobreviveram”, explicou Robert Rittscher (YCP).
O evento nacional deste ano sediado no YCSA – Yacht Club Santo Amaro está em sua 60ª edição. As regatas finais serão neste domingo (24) com previsão de ventos mais fracos e até duas provas com início às 13h.
Serão premiados no YCSA após o término do evento na capital paulista os primeiros colocados no geral, master, grand master, grand grand master, legend, jumbo (acima de 110kg) e pena (abaixo de 90 kg). A competição bateu recorde histórico de inscritos com 25, mais que o dobro da média anual de 12.
O Brasileiro de Finn 2022 tem o patrocínio de Bratax Advogados, Mitsubishi Motors, Molin, On Board Sports e Vitae Urbanismo. Apoio e organização do YCSA – Yacht Club de Santo Amaro, Confederação Brasileira de Vela – CBVela, Federação de Vela do Estado de São Paulo – FEVESP, Associação Brasileira da Classe Finn e Flotilha São Paulo.