Robert Scheidt aproveita sua passagem pelo Brasil, em férias, para dar sua contribuição para o desenvolvimento da vela nacional. O bicampeão e maior medalhista olímpico da história brasileira esteve no Iate Clube do Rio de Janeiro neste sábado (14), onde ministrou palestra, conversou e respondeu a dúvidas dos 90 participantes do Campeonato Brasileiro de Laser Radial, que ocorreu na orla carioca até domingo passado (15).
“Foi um encontro bem bacana. A classe Laser está passando por uma renovação muito boa, com bastante jovens entre 14 e 18 anos. Muita gente nova entrando, o que é saudável. Minha presença foi no sentido de tentar passar algumas dicas e ajudar. Assisti a duas regatas e analisei um pouco dos procedimentos dos velejadores na pré-largada, um pouco da técnica e manobras. Não deu para fazer nada específico, em função do tempo e número de barcos na água, mas, sim, uma passagem geral nos principais erros e acertos”, comentou Scheidt.
Na conversa com os jovens velejadores, Scheidt foi além, ao compartilhar a própria experiência. “Em conjunto às análises, tentei passar um pouco da maneira como a gente realiza a tática da regata. O pensamento, o raciocínio durante as provas. E foi uma interação muito boa, com muitas perguntas e o pessoal tirando dúvidas. Gostei muito de ter participado e se consegui ajudar um pouquinho a nova geração, já saio satisfeito”, arrematou Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil, Embaixador Rolex e conta com o apoio do COB e CBVela.
Com dois outros olímpicos e 11 títulos mundiais na classe Laser, Robert Scheidt é a maior referência na classe em todos os tempos. E apesar da interação com os jovens velejadores, avisa que a carreira de treinador não está em seus planos imediatos.
Recentemente, fez a estreia no Swan 50, uma das classes mais competitivas entre barcos grandes na Europa, ao lado da TP52. Atuou como tático no Stella Maris e ajudou a tripulação do barco a conquistar o vice-campeonato na tradicional Rolex Cup, que teve a edição 2022 disputada na Marina de Porto Cervo, na Sardenha, Itália, retornando após quatro anos desde sua última disputa, em função da pandemia.
Em 2023, Scheidt volta as atenções para as finais da SSL Gold Cup, competição em nações, em formato similar à Copa do Mundo de futebol. Robert está animado com o novo desafio, no qual é o capitão do barco que reúne outros grandes nomes da vela nacional. Em paralelo, pretende manter participações esporádicas em competições nas classes Laser e Star.
Robert Scheidt – Carreira
Cinco medalhas Olímpicas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
185 títulos – 91 internacionais e 94 nacionais
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
– Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
– Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning