Premiação será novidade da 22ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, organizado pelo COB. Votação está aberta pela internet e segue até a noite do dia 7 de dezembro, quando será realizada a cerimônia em Aracaju (SE)
A nadadora pernambucana Etiene Medeiros está entre as participantes de Prêmio Inspire, que enaltece atletas mulheres e faz sua estreia este ano na programação da 22ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, organizado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). A votação teve início na terça-feira (30), pelo site do evento, https://pbo.cob.org.
O Prêmio Inspire é sobre inspirar outras mulheres e atletas a correrem atrás dos seus objetivos. Visa celebrar atletas que superaram as suas adversidades (pandemia da Covid-19, lesão, idade ou outra questão), que obtiveram resultados pessoais satisfatórios (quebra de um recorde pessoal, melhor colocação até hoje) e que não desistiram de competir ou até mesmo as que respeitaram seus próprios limites.
“Entre as indicadas, cada uma tem uma história. Cada uma tem seus títulos. Mas, falamos uma língua só, de estar inspirando e sendo exemplo para outras meninas. Fico muito honrada em estar entre essas mulheres que fizeram e fazem a diferença no esporte feminino. Algumas mais novas, outras mais velhas. Mas, que fizeram sua parte, para que mais meninas venham aí, com força e motivação”, destaca Etiene.
“O Projeto Inspire não é só falar sobre esporte, mas também aborda questões sociais do nosso dia a dia, como atleta e cidadã, em um mundo tão machista, tão adverso. O Projeto e o Prêmio, não são apenas sobre medalhas, mas sobre propósito. O que a gente faz fora da piscina, do mar ou do ginásio. É o método de pensar que não somos somente atletas e como a gente pode fazer diferença fora do ambiente competitivo”, complementa a nadadora.
O Prêmio Inspire foi oficialmente anunciado pelo COB e pela Riachuelo no último dia 22 de novembro, durante o lançamento do projeto de mesmo nome. Ele é resultado de uma parceria de sucesso entre a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro, a Riachuelo e a Golden Goal. O principal objetivo é exaltar o caminho que essa atleta percorreu dentro ou fora da sua atividade desportiva.
“Para mim, este ano foi muito desafiador. Não só no quesito atlético, esportivo, mas no quesito social. Estar distante de todo mundo, sem saber o dia de amanhã. O planejamento, se vai competir. Aí, um colega pega a Covid. E é muito complicado levarmos questões esportivas separado do que estamos vivendo. Várias vezes a gente esquece que o momento atual é realmente difícil. Querendo ou não, se mistura demais com nossa carreira esportiva. É um reflexo. Todos nós, que foi ou não para a Olimpíada, é vitorioso. Quem batalhou, quem conseguiu medalha. Todos numa linha idêntica, de propósito e de mostrar o melhor”, avalia.
“Eu finalizo o ano com uma cirurgia no joelho, que para mim vem com muitas questões de mostrar que a vida nem sempre é aquilo que a gente pensa. E nem é como a gente quer que saia. Então, têm muitas reflexões. Fato é que o ano de 2021 foi muito desafiador e repleto de reflexões”, finaliza a nadadora de 30 anos de idade.
Etiene Medeiros – Primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em um Mundial de Natação, Etiene está entre as melhores do mundo nos 50 metros costas há seis anos. Antes do título em 2017, em Budapeste (HUN), foi quarta colocada no Mundial em Barcelona 2013 e bronze em Kazan 2015. Ela também é bicampeã do mundo em piscina curta (Doha/2014, quando bateu o recorde mundial, e Windsor/2016), além da vitória no revezamento medley misto em 2014.
Em 2019, acrescentou mais uma medalha em Mundiais, a prata nos 50 m costas. Única brasileira bicampeã pan-americana de natação – ganhou ouro nos 100 m costas em Toronto, em 2015, e nos 50 m livre em Lima, em 2019 -, Etiene soma nove medalhas no Pan, sendo quatro no Canadá e cinco no Peru.