A atleta highliner Erika Sedlacek de Almeida, de 31 anos, vai representar o Brasil no Campeonato Mundial de Highline Speedline, que será realizado em Ribeauvillé, na França, entre os dias 6 e 9 de julho. Para competir no Mundial, Erika precisa de um valor de R$ 15 mil para cobrir as despesas com passagens, hospedagem e assistência técnica.
“É uma honra ser convidada para uma competição internacional de tanto prestígio, resultado de muito trabalho e dedicação. Mas, o desafio agora é conseguir apoio para as despesas da viagem, já que ainda não tenho um patrocinador”, afirma Erika, que também é cientista ambiental e artista de circo.
“Criamos uma campanha de financiamento coletivo, mas sabemos que o tempo é curto. Portanto, encontrar um patrocinador é essencial para quebrar mais esse recorde”, explica a atleta, que não possui agentes ou assessores para auxiliá-la na busca por parcerias com empresas. O dinheiro da passagem ela já conseguiu, tanto que viaja na próxima sexta-feira (30).
Recorde mundial em janeiro – O highline é conhecido como um esporte radical, mas está longe de ser apenas recreativo, exigindo treinamento específico, excelente condicionamento físico e concentração, assim como qualquer outra modalidade. No aniversário deste ano da cidade de São Paulo, dia 25 de janeiro, Erika bateu o recorde feminino mundial de Highline Urbano ao atravessar uma distância entre prédios de 510 metros, a uma altura de 123 metros, em uma fita de 2,5 cm, sem quedas.
Além da conquista na travessia do Anhangabaú, que teve meio milhão de visualizações em seu perfil no Instagram (@sedlacekerika), Erika coleciona outros recordes. Em 2019, chegou ao recorde feminino Latino-Americano ao realizar a travessia sem quedas da “Linha de Deus”, uma fita estendida a 328 metros de distância e quase 500 metros de altura, localizada entre as montanhas do famoso Dedo de Deus ao Cabeça de Peixe, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), no Rio de Janeiro.
Em 2021, Erika alcançou o mesmo ponto da atual recordista feminina mundial de Waterline em Florianópolis (SC), modalidade praticada sobre o mar, com uma distância de 420 metros sem quedas. E participou da quebra do recorde norte-americano de highline, montando uma linha de 1150 metros com a equipe em Bend, Oregon (EUA).
Já em 2022, realizou a travessia vendada e sem quedas, em uma linha de 489 metros, também no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio. Esse feito garantiu a Erika o recorde feminino mundial vendada. Sem parar por aí, neste ano, venceu seus limites e aumentou novamente o recorde feminino Latino-Americano, ao atravessar 606 metros, sem queda, em Córdoba, na Argentina.
Tudo começou em Sydney, na Austrália – Foi em 2015, durante um intercâmbio pelo programa Ciência sem Fronteiras na Universidade de Sydney, na Austrália, que Erika iniciou sua jornada com o slackline. Após descobrir um cisto no pulso, que a impediu de praticar acrobacias aéreas, Erika começou a explorar o mundo do slackline, uma prática de equilíbrio que exigia menos uso das mãos, permitindo que ela se mantivesse fisicamente e mentalmente ativa.
“O slackline se tornou minha nova paixão, ajudando inclusive a superar um momento turbulento de depressão em 2016”, conta Erika.
Dois anos depois, começou a praticar o highline, uma modalidade do slackline realizada em grandes alturas. Um esporte extremo, que consiste em equilibrar-se em uma fita de 25mm de largura, esticada entre montanhas, seguindo uma tradição estabelecida.
“Meu amor por essa modalidade foi tão forte que me entreguei completamente à aprendizagem, dedicando-me integralmente à segurança do esporte, à ética nas montanhas e ao desenvolvimento como atleta de highline”, completa.
Vaquinha: www.vakinha.com.br/vaquinha/campeonato-mundial-de-speedline-na-franca
Instagram : @sedlacekerika/