Com jogos no sábado (23) e no domingo (24), a segunda etapa da competição, que conecta jovens e comunidades carentes, foi realizada na cidade de Ananindeua, na Grande Belém
O Futebol Social é sinônimo de belas histórias por onde passa. Histórias de superação. No fim de semana, no Pará, não foi diferente. Em Ananindeua, na Grande Belém, foi realizada a segunda etapa do Circuito Futebol Social 2022, com 13 times representando diversas organizações da regiaõ e um total de 36 jogos no sábado (23) e 18 partidas no domingo (24). O Toque de Classe ficou em primeiro entre os garotos, seguido do Fábrica de Craques. Entre as meninas, a equipe da Tia Anísia foi a campeã, com a Usipaz terminando com o vice-campeonato. E no Fábrica de Craques, dois jogadores chamaram a atenção pela superação: Lucas e Jacson, comandados pelo técnico Ribamar, mostraram toda a sua vontade em campo.
Jacson, goleiro principal do time, é autista e fez belíssimas defesas ao longo dos jogos. Ele mora com a mãe – a quem chama de Vó. Apenas os dois, juntos e tentando superar as dificuldades do dia a dia, vivem com uma renda de R$200,00 por mês, da venda de salgados de porta em porta. Dificuldades que não tiram seus sonhos. “Quero conseguir ser jogador e ganhar dinheiro para presentear a minha mãe com uma moradia digna. E conhecer o goleiro do Flamengo, Diego Alves”, conta Jacson, que recebeu de presente uma camisa da ONG Futebol Social, já perguntando quando estariam de volta ao Pará.
Ao seu lado no time, Lucas, com Síndrome de Down em grau leve, que ao longo do fim de semana participou em alguns jogos por alguns minutos, motivado pelo técnico, o professor Ribamar. Os dois têm grande afinidade, em uma parceria, um companheirismo que já dura mais de dez anos.
Os jogos em Ananindeua foram disputados na USIPAZ, no bairro de Icuí Guajará e, paralelamente, a etapa contou com uma oficina do Projeto Rexona Quebrando Barreiras, realizada no auditório na sexta-feira (22).
O Circuito Futebol Social 2022, competição organizada pela ONG Futebol Social, que conecta jovens e comunidades carentes de todo o País, já passou por Sorocaba (SP) e Ananindeua, além de realizar uma etapa extra em Parelheiros, na aldeia Guarani. Agora volta a reunir os atletas em agosto, quando estará em Barbalha, no Cariri Cearense, entre os dias 12 e 14. Disputas e, também, lazer, entretenimento e oportunidade de convívio e troca de experiências.
“Tivemos um grande evento no Pará, tanto na parte de estrutura física, na USIPAZ, com o apoio de todos no local do evento, como na disputa em si, com as diferentes equipes mostrando muita competitividade”, destacou Guilherme Araujo, fundador da ONG Futebol Social.
Ao final das oito etapas do Circuito, serão escolhidos os representantes para a etapa nacional, a Copa Futebol Social, que será realizada em janeiro do ano que vem, em Mongaguá, litoral de São Paulo. A Copa definirá a seleção brasileira para o Campeonato Mundial de Futebol Social (Homeless World Cup), marcado também para 2023, em Nova York (EUA), com disputas no masculino e no feminino. O Brasil é tricampeão mundial no masculino (2010, 2013 e 2017) e campeão no feminino, em 2010.
Um pouco das regras – No futebol social, as medidas do campo são reduzidas: apenas 22 metros de comprimento e 16 de largura. O tamanho do gol é de 4 metros de largura por 1m30 de altura, com profundidade de aproximadamente 1 metro. E a área de gol: meio círculo com 4 metros de raio. São dois tempos de sete minutos, com intervalo de um minuto. Em cada equipe, três jogadores na linha e um no gol. Os goleiros não podem sair da área, marcar gols, ou fazer cera. Os jogadores de linha também estão proibidos de invadir a área dos goleiros, sob a pena de um pênalti para o time adversário.
O Fair Play (jogo limpo) é incentivado nos torneios. Para os jogadores que não atuarem nesse espírito do Fair Play, há penalidades: cartão azul (dois minutos fora do jogo) ou vermelho (expulsão do jogo) e, em último caso, exclusão do torneio. A equipe vencedora recebe 3 pontos. A equipe perdedora zero. Se um jogo terminar em empate, ele é decidido por uma disputa de pênaltis intercalada (morte súbita), onde a equipe vencedora recebe 2 pontos e, a equipe perdedora, 1 ponto.
Oito etapas em cinco estados – A Rede Futebol Social conta com dez núcleos principais: São Paulo (São Paulo, Mongaguá, Sorocaba e Parelheiros), Pará (Ananindeua), Ceará (Barbalha), Maranhão (São Luís), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e São Gonçalo) e Distrito Federal (Brasília). As competições são realizadas dentro das comunidades, tendo como objetivo engajar moradores e familiares, oferecendo às pessoas em vulnerabilidade social um projeto de futuro.
O Circuito Futebol Social 2022 será disputado ao longo do ano em oito etapas em cinco estados e no Distrito Federal a partir dos 10 núcleos, envolvendo mais de 100 entidades e impactando diretamente cerca de 1.200 jovens e, indiretamente, ao menos 10 mil jovens.
“Futebol Social: ganhar é virar o jogo!” – Participam da Ong Futebol Social jovens de 16 a 20 anos, que vivem em situação precária de moradia (ou sem moradia), sob risco social e sem condições plenas de desenvolvimento, ligados a projetos sociais e/ou movimentos comunitários que fazem parte de Rede Futebol Social. Hoje são mais de 100 projetos parceiros. “Futebol Social: ganhar é virar o jogo!” é o lema da Ong.
O Circuito Futebol Social 2022 é uma realização da ONG Futebol Social, com patrocínio da Sul América e CSN. A Copa Futebol Social tem patrocínio do Nubank.
Calendário 2022
Circuito Futebol Social
Sorocaba/SP – Interior SP – 24, 25 e 26 de junho
Parelheiros – Índios Guarani – 9 de julho (etapa extra)
Ananindeua/PA – Grande Belém – 22, 23 e 24 de julho
Barbalha/CE – Cariri Cearense – 12, 13 e 14 de agosto
São Luís/MA – Grande São Luís – 9, 10 e 11 de setembro
Brasília/DF – Capital da República – 21, 22 e 23 de outubro
São Gonçalo/RJ – Grande Rio – 4, 5 e 6 de novembro
São Paulo/SP – Grande SP – 9, 10 e 11 de dezembro
Mongaguá/SP – Baixada Santista – 13, 14 e 15 de janeiro de 2023
Copa Futebol Social
Mongaguá/SP – Baixada Santista – 20, 21 e 22 de janeiro de 2023
Sobre a Ong Futebol Social – Com patrocínio de Sul América, Nubank, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Projeto Rexona Quebrando Barreiras, o Futebol Social promove um movimento pioneiro que conecta jovens e comunidades carentes de todo o País, tendo como objetivo principal integrar, motivar e fortalecer seus participantes. Fazem parte da rede diversos projetos sociais e movimentos comunitários atuantes em periferias, favelas, entre outros grupos e regiões socialmente excluídos. Desde 2004, o projeto já atendeu a mais de 20 mil jovens e participou de mais de 20 eventos internacionais, incluindo a Copa do Mundo de Futebol Social (Homeless World Cup).